ONU pede ‘investigação imediata’ de violência e mortes em presídio do Maranhão
A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu nesta quarta-feira uma “investigação imediata, imparcial e efetiva” em relação às recentes cenas de violência e decapitação no presídio de Pedrinhas, no Maranhão.
Questionado pela Folha sobre as imagens reveladas ontem pelo jornal,
o Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU disse, por meio de
nota, “lamentar mais uma vez” a preocupação com o que classifica de
“terrível estado” das prisões brasileiras.
No vídeo, filmado pelos próprios detentos com um celular, presos
mostram em detalhes três rivais decapitados. Diante das câmeras, os
detentos comemoram as mortes e se divertem exibindo as cabeças cortadas.
“Lamentamos ter que, mais uma vez, expressar preocupação com o
terrível estado das prisões no Brasil e apelar às autoridades a tomar
medidas imediatas para restaurar a ordem na prisão de Pedrinhas e em
outras prisões pelo país, bem como para reduzir a superlotação e
oferecer condições dignas para pessoas privadas de liberdade”, disse o
Alto Comissariado para os Direitos Humanos, órgão sediado em Genebra
(Suíça).
Sobre as imagens, a ONU respondeu: “Apelamos às autoridades
brasileiras para realizar uma investigação imediata, imparcial e efetiva
dos fatos e processar as pessoas consideradas responsáveis”.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos é a instância máxima das
Nações Unidas no combate à violação dos direitos humanos pelo mundo.
“Estamos incomodados por saber das conclusões do recente relatório do
Conselho Nacional de Justiça, revelando que cinquenta e nove detentos
foram mortos em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no
Maranhão, assim como as últimas imagens de violência explícita entre os
presos libertados”, disse.
Ontem, governo do Maranhão classificou as imagens da decapitação de presos como “um ato de completa selvageria”. A gestão de Roseana Sarney (PMDB) também criticou a divulgação do vídeo.
Folha.com
BLOG DO VILMAR FERREIRA